Sandra Santana Fernandes, uma mulher de 35 anos e sobrevivente de violência doméstica, fez um apelo contundente durante uma entrevista ao programa “Jornal da Cidade”, da Cidade FM, nesta quarta-feira (20). Sandra, que teve a coragem de compartilhar sua experiência dolorosa, alertou sobre os perigos da normalização da violência contra a mulher, um problema que, segundo ela, destrói famílias e deteriora o tecido social.
Acompanhada por Rosa Belém e Maria da Luz, membros do Movimento de Mulheres, fundado na década de 80, Sandra destacou como a sociedade e as instituições frequentemente minimizam a gravidade da violência doméstica. Ela criticou a postura de indiferença e o velho ditado “Em briga de marido e mulher, não se mete a colher”, argumentando que é essencial intervir em situações de abuso.
Sandra apontou o perigo de concepções equivocadas, como a ideia de que as mulheres possam de alguma forma "gostar" de sofrer abusos. Ela esclareceu que essa é uma noção falsa e prejudicial, destacando que muitas vítimas se sentem envergonhadas de denunciar seus agressores, na esperança de que eles mudem. No entanto, segundo ela, os agressores raramente mudam seu comportamento.
Revelando sua própria jornada para superar o abuso, Sandra agora se encontra em uma posição mais estável e usa sua voz para encorajar outras mulheres a denunciarem os abusos domésticos. Ela destacou a existência de centenas de mulheres em Carinhanha enfrentando situações similares, muitas das quais permanecem em silêncio devido ao medo e à vergonha.“Estamos sendo torturadas diariamente, precisamos parar com isso”, disse Sandra, enfatizando a urgência da questão.
Sua mensagem é um chamado poderoso para a ação, lembrando a todos da responsabilidade coletiva de apoiar as vítimas de violência doméstica e de trabalhar juntos para erradicar esse flagelo da sociedade.